Eu estava para começar a prédica, quando reparei que duas crianças, uma de cinco anos e outra de três, começaram a correr e a gritar alegremente entre os corredores da igreja. Alguns adultos as xingavam, outros lançavam duros olhares de crítica e de reprovação à mãe, como que a dizer: “Por que não as deixou em casa com a vovó?” Em pouco, a mãe se levantou, tomou as duas crianças pela mão e saiu com elas da igreja.
No próximo culto, as crianças não vieram mais. A mãe veio sozinha, e, após alguns domingos, também ela não veio mais. A crianças nunca mais apareceram, mesmo quando já eram adultas. A igreja se transformara em um espaço no qual não havia lugar para elas.
Alguém me perguntou certa vez porque quase não havia jovens nos cultos. Eu não soube responder, mas deveria ter contado a história acima. De fato, vamos perdendo a juventude.
Tempos atrás, cheguei a pensar em transformar o culto regular em um culto voltado para as crianças. Liturgia e pregação seriam pensadas para os pequeninos. Claro, os adultos também seriam convidados e certamente compreenderiam a prática e a linguagem.
Mas não há o culto infantil? Certo, há e é de uma grande importância, porém, mais uma vez se tiram as crianças de dentro do templo.
Neste mês das crianças, ajudemos a pensar numa forma de integrar as crianças em nossos cultos. Afinal, é esta a vontade de nosso Senhor: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o reino dos céus”.
P. Dr. Carlos Arthur Dreher – (Professor e Pastor aposentado da IECLB)