Trabalho Junto ao Hospital Fêmina

Em 30 de agosto de 2017, a Pastoral do Cuidado iniciou um trabalho junto ao Hospital Fêmina, que faz parte do Grupo Hospitalar Conceição na cidade de Porto Alegre. Venha conhecer um pouco mais sobre esse lindo trabalho, através de uma entrevista com a voluntária Maristela Zander Gonzalez.

 

Qual é a proposta do projeto no Hospital Fêmina?

A ideia do projeto OLHANDO COM CUIDADO mães e pais de bebês na CTI Neonatal tem como objetivo proporcionar encontros semanais temáticos que venham ao encontro das necessidades das mães e dos pais de bebês hospitalizados. São conversas informais na sala de recepção da UTI Neonatal, nos momentos em que aguardam o ingresso ou retornam da visita aos seus filhos.

Estes momentos são muito carregados de significado e emoções. Há horas de alegria, como quando o filho supera uma infecção, quando ganha 50 gramas, e horas de tristeza, quando são comunicados sobre intercorrências como infecções ou necessidade de cirurgias. É muito importante estar junto no dia do primeiro colinho e comemorar a alegria de uma mãe, chorando junto de emoção. Mas, também é preciso estar junto quando a fragilidade, a fome e o cansaço das longas viagens predominam, ou quando passados 50, 60 e, às vezes, 80 dias e as boas notícias não vêm. É necessário estar ali para abraçar e chorar junto.

Maristela, conte um pouco sobre você e como surgiu o desejo de servir na Pastoral do Cuidado.

Me chamo Maristela Zander Gonzalez, nasci em Panambi, onde estudei e trabalhei no Colégio Evangélico Panambi. Sou professora de Educação Infantil há mais de 20 anos. Tenho especializações em Psicopedagogia, Orientação Educacional e Supervisão Escolar. Nos últimos cinco anos, atuei como Orientadora Educacional. Moro há 12 anos em Porto Alegre. Gosto muito de ler, estudar, confeitar: amo doces! Adoro criar, inventar com papel, tecido… depende da fase! Faço para presentear!

O desejo de servir como voluntária surgiu durante um culto em que a pastora Franciele Sander fez o convite para a Pastoral do Cuidado. Era o chamado para participar de uma formação. Eu estava desempregada, com tempo livre. Meu coração bateu forte e uma inquietação constante surgiu diante deste convite. Decidi então fazer a inscrição como voluntária. O curso foi maravilhoso, mas a estreia no hospital foi um desastre, pois passei mal. O que seria meu estágio, meu voluntariado, terminaria ali. Combinamos que compartilharia em grupo, e buscaríamos uma solução. A Pastora Franciele tinha um sonho, que combinava comigo: nascia a possibilidade do Projeto na UTI Neonatal do Hospital Fêmina. Planejei e criei cada detalhe juntamente com a ela, e hoje coordeno esta iniciativa. Então, a senhora Herna Thummerer passou a atuar comigo nesse significativo trabalho.

Ao aceitar o convite de Deus, entramos por uma porta aberta, uma oportunidade para a qual precisamos estar dispostas. Demanda energia, tempo, vulnerabilidade e discernimento, mas temos compensações e alegrias também. Quem aceita o convite, entra pela porta, agarra a oportunidade, faz uma escolha… E só o faz porque ama e é amado e amada primeiro, por aquele que deu seu filho por cada um de nós!


Maristela, quais são os maiores desafios e as dificuldades?

Atuar em um hospital em si é um grande desafio, pois as pessoas que lá trabalham, têm uma atribuição diferente da nossa, a de ser auxílio médico para os corpos. Nós não temos essa pretensão, mas sim de estar à disposição para aliviar o sofrimento do coração, aliviar a angústia pela espera através da escuta amorosa e solidária.

 

Vale a pena sair de casa toda semana para sentar em um hospital para conversar com pessoas que você não conhece?

Com toda certeza. Estar a serviço é gratificante! Como diz Vera Weissheimer, “cada momento em nossa existência é uma oportunidade para fazer nossa vida valer a pena”. Deus tem me dado esta oportunidade, de minha vida ser transformada através do voluntariado para que eu seja um colo, uma mão, um sorriso, uma balinha nas quartas pela manhã!